TRAZER OS FILHOS PARA DEBAIXO DO GOVERNO DIVINO

 

Em Gênesis, do capítulo um ao onze, há quatro grandes marcos que podem ajudar os pais a entender os filhos e, também, a auxiliá-los na longa e exaustiva tarefa de levá-los de volta a Deus.

Até o capítulo três, o homem vivia inteiramente dependente de Deus. Sua vida, além de muito simples, gravitava em torno de Deus. Nem mesmo usava roupas e tinha contato com Deus, diarimamente (2:25; 3:8). Os mestres da Bíblia, por isso, chamam esse período de dispensação da inocência (1:26-2:25).

Não sabemos ao certo quanto tempo durou esse período. Porém o capítulo três registra su fim exatamente com a queda do homem (3:1-6), após a qual, o homem tornou-se pecador e experimentou sensações que jamais havia tido - a percepção da nudez, da vergonha e do medo, o que resultou na tentativa de fuga da presença de Deus (3:7-11). Esses fatos marcaram o fim da dispensação da inocência e o início de outra dispensação, a da consciência (3:7-9:5).

Imediatamente após a desobediência de Adão, sua consciência foi despertada. Ela não foi criada após a queda, mas foi colocada em funcionamento após a queda. O Deus consciente, conhecendo a possibilidade de o homem cair, criou esse elemento protetor no espírito humano, a fim de ajudá-lo a discernir o certo e o errado. Mas infelizmente, pouco a pouco, a consciência foi sendo cauterizada em virtude das sucessivas quedas do homem, até que perdesse, definitivamente, sua função. Uma trágica consequência disso foi a crueldade e a banalização da própria vida humana (4:23).

Já que o homem rejeitou a Deus e descartou a proteção da consciência. Ele, então, providenciou-lhe outra restrição a fim de ajudá-lo a reconhecer seus limites. Deus estabeleceu o homem para governar o próprio homem. Assim, vemos o surgimento de uma nova dispensação: a do governo humano (9:7-10:32). Depois que o patriarca e líder Noé saiu da arca, coube a ele a tarefa de regular as relações entre os homens e aplicar pena capital àqueles que atentassem contra a vida humana (9:5, 5).

O que o registro inicial de Gênesis apresenta para nós é que, com o passar dos anos, o homem tornava-se ainda mais desafeiçoado e maligno a ponto de, no capítulo onze, declarar independência de Deus. Quando a torre de Babel foi construída, o nome de Deus foi substituído pelo do homem. Esse fato, que certamente foi instigado por Satanás, colocou o homem debaixo do governo de Satanás (11:1-9). A torre de Babel é uma expressão de independência, escárnio e rebelião do homem para com Aquele que o criou. Isso levou o homem para longe de Deus.

A história da humanidade pode ser resumida assim: o homem caiu do governo de Deus para o governo da consciência, da consciência para o governo humano, do governo humano para o governo e instigação de Satanás. E é nesse último estágio que a humanidade inteira está enquadrada.

Embora nossos filhos, mesmo os de idade mais tenra, possam parecer inocentes, eles, de acordo com a Palvra de Deus, já nasceram na iniquidade (Salmo 51:5), sendo assim, portanto, pecadores (Romanos 3:23). E se, desde logo, não buscarmos ajudá-los, uma alta torre formar-se-á dentro deles, invisivelmente, e crescerá até que um dia proclamem independência de Deus.